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Title: Análise dos resultados de qualidade da água na rede da Praia da Vitória - Assessoria do LNEC nas questões relacionadas com os sistemas de abastecimento de água para consumo humano que atravessam zonas onde existem suspeitas de contaminação de solos relacionada com a utilização da Base das Lajes pelos EUA
Authors: Mesquita, E.
Keywords: Qualidade da água para consumo humano;Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos;Rede de distribuição;Praia da Vitória – Açores
Issue Date: Nov-2020
Series/Report no.: RELATÓRIO 364/2020 – DHA/NES;
Abstract: O presente documento foi elaborado no âmbito do “Contrato de cooperação para estudos complementares no âmbito dos processos de reabilitação ambiental relacionados com a utilização da Base das Lajes pelos EUA” (Contrato n.º 11/DGRDN/2020), e diz respeito à assessoria do LNEC nas questões relacionadas com os sistemas de abastecimento de água para consumo humano do concelho da Praia da Vitória (ilha Terceira) que atravessam zonas onde existem suspeitas de contaminação de solos. Este relatório responde à segunda parte da ação e.2) da proposta de estudo do LNEC, com a análise dos resultados de qualidade da água para consumo humano em alguns pontos da rede de distribuição da Praia da Vitória, considerados vulneráveis em termos de potencial contaminação por hidrocarbonetos. Foram analisados cinco relatórios de ensaio, correspondentes à monitorização mensal (entre 23/03/2020 e 27/07/2020) de cinco pontos da rede de distribuição da Praia da Vitória na Volta do Paúl (Boca de Incêndio, Colégio do Gu e da Tita, n.º 22, n.º 26, n.º 28) e à monitorização bianual de outros sete pontos de amostragem (Juncal Casa de Pasto "Chica", Estrada do Juncal - Boca de Incêndio, Juncal rua das Cantarias nº7, Pico Celeiro - Fonduras nº8, Pico Celeiro - Instalações José Valadão, Canada de Joaquim Alves nº8, Canada do Alecrim - Boca de Incêndio). Na sequência dos trabalhos anteriores referentes à contaminação dos solos com hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP), os parâmetros de qualidade da água pesquisados na rede de distribuição compreenderam os 16 HAP considerados pela USEPA de elevada preocupação ambiental devido aos potenciais efeitos tóxicos, mutagénicos ou carcinogénicos nos humanos e noutros organismos e à sua prevalência e persistência no ambiente, designadamente em solos contaminados. A sua presença em água não é expectável, dada a baixa solubilidade destes compostos em água e a sua elevada afinidade para material particulado. Contudo, dada a sua perigosidade e potenciais efeitos a longo prazo, 5 destes 16 HAP estão contemplados da legislação portuguesa referente à qualidade da água para consumo humano (Decreto-lei 152/2017). Além destes, foram monitorizados outros parâmetros contemplados no Decreto-lei 152/2017, designadamente os trihalometanos (THM) e o cloro residual livre. Em todas das amostras analisadas, os teores em 13 dos 16 HAP pesquisados encontraram-se abaixo do limite de quantificação dos respetivos métodos analíticos. Os compostos fenantreno, fluoranteno e fluoreno foram detetados em concentrações muito baixas, próximas dos respetivos limites de quantificação, em 3 % (fenantreno e o fluoranteno) e em 12,5 % (fluoreno) do total das amostras analisadas (n = 32). Estes 3 HAP foram detetados apenas na Volta do Paúl, em 3 dos 5 pontos de amostragem; o fenantreno e o fluoranteno foram detetados uma vez (a 29/06/2020) na Boca de Incêndio, já o fluoreno foi detetado duas vezes (a 25/05/2020 e a 29/06/2020) neste ponto de amostragem e detetado uma vez (a 27/07/2020) no n.º 18 e n.º 22 da Volta do Paúl. Os compostos fenantreno, fluoranteno e fluoreno não são considerados cancerígenos e não estão contemplados na legislação portuguesa referente à qualidade da água para consumo humano. Além disso, não se encontram estabelecidos, nacional ou internacionalmente, valores paramétricos ou valores guia em água para consumo humano para o fenantreno e fluoreno. Para o fluoranteno, a OMS refere que este não deve exceder 4 μg/L, valor 3 ordens de grandeza superior ao detetado nas amostras analisadas. No que diz respeito aos THM, este grupo de compostos foi detetado em todas as amostras analisadas, porém em níveis que cumprem os requisitos de qualidade estipulados na legislação portuguesa para a água para consumo humano (soma dos 4 THM ≤ 100 μg/L). Dos quatro THM pesquisados, o bromofórmio foi o THM mais frequentemente detetado e em maior concentração, seguido do dibromoclorometano; o clorofórmio foi o THM menos frequentemente detetado e em concentrações inferiores às dos restantes THM. Os teores de cloro residual detetados cumpriram igualmente com as recomendações do decreto-lei 152/2017, i.e., mantiveram-se na gama 0,2-0,6 mg/L Cl2. Em face destes resultados, pode concluir-se que, no período e nos locais analisados da rede de abastecimento público da Praia da Vitória, a qualidade da água cumpriu com os requisitos de qualidade estipulados na legislação portuguesa para a água para consumo humano em termos de HAP, THM e cloro residual, e que, à luz do conhecimento atual, os níveis de HAP detetados não são preocupantes em termos de saúde pública.
URI: https://repositorio.lnec.pt/jspui/handle/123456789/1013214
Appears in Collections:DHA/NES - Relatórios Científicos

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